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A mensagem de 3 gerações!

Há dias que levo uma daquelas mensagens para casa!

Há dias em que o “trabalho” no parque não é mesmo um trabalho.


Alegria é ver chegarem ao ExperTreePARK, três seres humanos do sexo masculino e de idades distanciadas...

Há dias que questiono, “mas afinal o que acontece de diferente na cabeça das pessoas para umas conseguirem e outras não?!”


Este segundo fim de semana de Outubro de 2020 recebi no parque aventura uma família aparentemente normal. Normal, até que começou a atividade. Começou a ser surpreendente quando equipei a criança, o pai da criança e o avô da criança. Por esta ordem.

O arborismo revelou-se, MAIS UMA VEZ, incrível por vários motivos.

Talvez queiras ler mais um pouco...


A criança já tinha experimentado a actividade connosco em Junho 2020. Foi curioso porque nessa altura, ela ainda não tinha feito o percurso laranja, nem entrado na casa da árvore! Foi muito bom saber que esta criança tinha beneficiado emocionalmente após esta primeira experiência, no início deste Verão.


A criança quis começar à frente do pai e do avô. E assim foi.

Chegaram ao novo percurso laranja logo após terem passado com distinção no percurso branco de iniciação.


Se já fizeste arborismo sabes que quem vai à frente pode “tropeçar” nalgum jogo, não sabes? Falta aquela dica ou mesmo ver COMO fez a pessoa que vai à tua frente.

O elemento com mais experiência de vida ia atrás do que tinha menos. E quando chegou ao primeiro slide do Laranja, não agarrou a corda quando chegou à plataforma...Pronto, lá voltou ele para trás!

Claro que rapidamente arranjámos forma de ele conseguir alcançar a plataforma e subi-la.


Nisto, o elemento que vinha em último - o pai da criança - riu-se e naturalmente repele a piada fácil e ao mesmo tempo doce, de que “já não vou cometer o teu erro e ainda bem que foste à minha frente!”


E os desafios entre árvores foram passando. Os jogos entre as árvores - pontes, redes e slides - foram sendo superadas também nos percursos amarelo e verde!


“E agora temos o percurso Azul” - disse eu.

Aconteceu um compasso de espera. Uma espécie de reunião familiar para se tomarem decisões. Só que não foi à mesa. Aconteceu de pé. Ali, com os arneses vestidos e de CliC-iT’s na mão.

A criança decidiu parar. Enquanto lhe despia o arnês, perguntei - “Foi divertido?”

Afirmou que sim. Desceu até ao parque de merendas para ir comer.


O pai e o avô da criança quiseram subir ao Azul. Desta vez o pai foi à frente do avô da criança. Entusiasmados!


Porque será que o pai foi à frente?

Não receberam nenhuma sugestão minha. Enquanto monitor, nem coloquei isso em questão. Porque nós monitores conseguimos calibrar e antecipar até se um participante consegue ou não consegue. Porque demonstra coragem, atitude de superação. Sobretudo quando o aventureiro olha para o percurso e diz “eu sou capaz”. Esses sim, são alguns dos indicadores que com a experiência sabemos e temos essa capacidade de aferição.


Mas porque motivo o pai quis ir à frente?

Talvez por querer ver a vista mais cedo e deitar-se no hammock?!

Talvez pelos 76 anos do seu pai?

(É verdade, setenta e seis anos!)

Porque se fosse preciso o ajudaria?

Permite-me especular um motivo: Pela cumplicidade. Pelo Amor de pai e filho.


Terminaram o percurso azul. Um a seguir ao outro. Na mesma ordem que começaram.


Já depois de retirar o arnês a ambos. Estavamos sozinhos ali. Os três de máscara. Com um sorriso curioso por debaixo da máscara, mas que se notava nos meus olhos, perguntei ao pai da criança:

“Porque decidiram vir fazer arborismo?”

Eis as respostas:

- Porque o meu filho já tinha feito aqui e achei que ele poderia gostar de voltar.

- Porque estamos num fim de semana de família e decidi fazer esta surpresa ao meu pai.


Partilho contigo o que observei e interpreto o impacto positivo que sei que causámos a esta fantástica família!

A criança esteve muito feliz nas nossas Árvores e certamente levou consigo essa felicidade para “casa”.

O pai no meio da brincadeira deu por si a proteger e a ser protegido.

O avô, igual. Mas também o avô, com a idade de 76 anos faz ver a alguns com a metade da idade.

Eu não só espero, como quero fazer por isso de que com aquela idade ainda esteja apto para subir às árvores. Como este exemplo.


É isto que me leva a continuar a acreditar. É isto que me leva a colocar a minha energia e tempo na ExperTree.

Eu acredito que fazer Arborismo é muito mais do que subir e divertir-se nas árvores.

A Alegria que senti quando estas três pessoas chegaram, fez-me arrepiar quando foram embora.

O meu bem-haja a eles.

Que enquanto possam façam da sua vida especial. E a dos outros.

O meu dia ficou marcado.

Obrigado a eles.

Obrigado a ti por leres.


Pedro Tiago Mendes - ExperTree

TRÊS GERAÇÕES NO EXPERTREE PARK COM MUITA ENERGIA - OUT'20

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