Dinâmicas de Mercado - COVID-19
Mercados Emissores Analisados
Alemanha: verifica-se -71,4% passageiros alemães para Portugal nos próximos 3 meses (abril a junho). Apesar deste número, quase metade mantém a sua reserva (para Portugal e outros destinos) que por enquanto querem esperar. Quase um quinto (18%) não pode fazer as férias já planeadas devido ao coronavírus e outros 15% esperam ter de adiar as suas férias. Este número não tem tanto impacto nas decisões, visto que, as férias são uma das menores preocupações dos alemães, pois existe o foco na saúde.
Brasil: verifica-se -72,4% passageiros brasileiros, operadores de turismo começam a movimentar o mercado com formação on-line, o que trazer benefícios para os mercados recetores. Mercado de eventos discute o futuro do setor, concluindo que a cadeia de fornecedores está e será muito afetada pela crise. Os eventos on-line vão crescer, numa perspetiva para além de 2020. As companhias aéreas começam a divulgar tarifas promocionais para viagens no segundo semestre, o que poderá fazer com que as reservas se mantenham.
AirTkt uma das maiores associações do Brasil de consolidadores de bilhetes aéreos, conseguiu a decisão liminar que flexibiliza o pagamento das faturas BSP/IATA em 10 parcelas iguais e sucessivas, mas será analisado pela IATA (International Air Transport Association). As grandes OT’s, OTA’s, e CA’s tratam pedidos de cancelamento, reembolso e remarcação de viagens, o que não trará benefícios no Turismo a curto-prazo. A TAP cancelou todas as rotas, frequências para o Porto estão canceladas até 16/06. E Azul suspendeu os voos de Campinas para o Porto.
Espanha: verifica-se -78,4% passageiros espanhóis para Portugal nos próximos 3 meses (Abril a Junho) o que trará desvantagens para o turismo no país. Associação de empresas de emprego temporário estima que o número de trabalhadores afetados pelos registos de regulamentação de emprego temporário (ERTE) será de cerca de 2,6 milhões, o que pode representar uma maior quebra no que consta às atividades de lazer. A Ibéria, que é uma das maiores agências de viagem de Espanha, está a adaptar a sua programação a uma operação reduzida, garantidas ligações mínimas em Espanha e consequentemente a TAP cancela operações com Espanha.
França: verifica-se -76,4% passageiros franceses para Portugal nos próximos 3 meses (Abril a Junho). As agências que organizam seminários e congressos cancelaram inúmeras feiras e eventos, os tours de operadores observam a queda de quase 25% em fevereiro e 60% (1ª semana de Abril) o que leva a um grande risco de cancelamentos e adiamentos de pedidos registados. A distribuição sofre colapso nas reservas, onde se revela -60% em destinos asiáticos e -45% nos outros destinos.
Reino Unido: verifica-se -72,8% passageiros britânicos para Portugal nos próximos 3 meses (Abril a Junho). As empresas continuam a suspender a programação e tours até 30 de junho, com especial enfoque as empresas de cruzeiros e tours organizados, o que não trará benefícios para Portugal, sendo que este é um dos maiores mercados emissores. A TUI tem programação suspensa. SAGA equaciona suspender toda a operação por 6 meses, o que ser altamente drástico. Easyjet e Holidays avança com a programação para o verão 2021, novamente comprova-se que o planeamento de 2020 fica sem força e investimento.
Critérios para definir o mercado:
Receita Potencial para lucro, crescimento no futuro, proximidade de países a menos de 3 horas.
Maior crescimento entre Outubro e Maio, apostando em grupos sem unicamente preferirem o Sol e Mar.
Conclusão
Deve-se fazer um investimento no Turismo interno-doméstico (TID) para que os números possam pelo menos duplicar, o TID tinha como previsão de crescimento médio anual até 2022 por parte dos residentes nacionais de 3,1%. Os portugueses gastaram, em média, 121,5€ (2018) em cada viagem em Portugal e efetuaram 19,6 milhões dentro do território nacional. Apostar na publicidade, marketing e campanhas turísticas, aproveitar o receio que as pessoas poderão ter em não querer viajar além-fronteiras, devido ao coronavírus e aproveitar a onda de necessidade que as pessoas terão em querer sair de casa e estar em contacto com a natureza e com a família. Visto que os mercados emissores com maior valor para Portugal, estão altamente instáveis e não existe uma previsão para a sua estabilização. Apostar no mercado interno é a curto-prazo (6 meses – 1 ano) uma boa solução e começar a trabalhar novamente para os mercados emissores numa perspetiva a longo prazo - 2021.
Tendo em conta a situação que nos encontramos devido à pandemia, a projeção feita para o turismo em 2020, especialmente na época alta sofrerá grandes alterações, para além de uma redução das entradas e saídas, o próprio TID, eventualmente será feito com restrições e medidas que serão comunicadas pelas autoridades e governo. Tendo em conta este impacto, embora que para a segurança das pessoas, é algo negativo para a economia do turismo, devemos assim focar-nos num investimento para 2021, criando propostas de Janeiro a Dezembro, sem foco nas épocas altas e baixas, mas sim na redução da sazonalidade e na maior oferta possível em todas as épocas do ano, não para recuperar o que será perdido, mas para dinamizar o futuro!
FONTE: https://travelbi.turismodeportugal.pt/pt-pt/Documents/Covid-19/medidas-covid-mercados.pdf
Autora da Análise: Mariana Melo Moniz
Psicóloga Clínica e Finalista de Curso de Turismo (IPC -ESEC)
MERCADOS EMISSORES 2020 EM PORTUGAL - EXPERTREE - ABR'20
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